Publicado em 12/08/2025 às 09:54, Atualizado em 12/08/2025 às 13:58

Dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop são presos em operação do Ministério Público de São Paulo

Auditor fiscal tributário da Secretaria de Estado da Fazenda também foi preso. Operação mira um esquema de corrupção de mais de R$ 1 bilhão.

G1 ,
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Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma, foi preso em operação do MP — Foto: Ultrafarma/Divulgação

O dono e fundador da Ultrafarma, Sidney OIiveira, foi preso na manhã desta terça-feira (12) em uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda.

Ele foi encontrado em casa, uma chácara em Santa Isabel, na Grande São Paulo.

A investigação identificou um auditor fiscal estadual de alto escalão acusado de comandar um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas, segundo promotores, cerca de R$ 1 bilhão desde 2021.

Esse auditor, chamado Artur Gomes da Silva Neto, trabalha na fiscalização direta de tributos e também foi preso na operação.

Em nota, a Secretaria de Estado da Fazenda informou que acabou "de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido" e que solicitou formalmente ao MP compartilhamento das informações. (Leia a íntegra ao final.)

Outro preso é o diretor estatutário do grupo Fast Shop Mario Otávio Gomes, que foi encontrado em um apartamento na Zona Norte de São Paulo. A reportagem também procurou a Fast Shop, mas não havia obtido retorno.

Além dos três mandados de prisão, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos, nas sedes das empresas investigadas e também na casa de outros investigados.

Na casa de um dos acusados, em Alphaville, promotores e policiais encontraram dinheiro vivo e pacotes de esmeralda.

Na casa de outro auditor, em São José dos Campos, foram apreendidos R$ 330 mil, cerca de 10 mil dólares e 600 euros.

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Pacote de esmeraldas e de dinheiro apreendidos na operação do MP — Foto: Reprodução/TV Globo

Como era o esquema

De acordo com a investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor preso manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.

Em contrapartida, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.

Segundo o Ministério Público, a operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.